Ensaio de Gilberto Felisberto Vasconcellos inventaria a ausência do polêmico cineasta (cartaz original de Rogério Duarte)
Há duas décadas, a voz de Glauber Rocha foi silenciada por sua precoce morte. Alívio para alguns, a partida do inquieto cineasta enterrou muito mais do que suas controvérsias. Desde então, o cinema brasileiro afundou em sucessivas crises, abdicou do diálogo com seu próprio universo e a manipulação estética da teledramaturgia passou a ser espelho de um povo que, diariamente, prostra-se diante da tv para abortar a manifestação de sua identidade.
Gilberto Felisberto Vasconcellos, intelectual da envergadura polêmica de Glauber, ressucita o espírito do cineasta em Glauber Pátria Rocha Livre e esmiuça a obra do autor em busca dos sintomas desta patologia que se abateu sobre o País, após duas décadas de aniquilação ideológica e o estabelecimento de uma democracia mediada pela especulação financeira e a manipulação audivisual das “transformações” políticas e sociais.
O ensaio analisa a obra completa do cineasta, com ênfase nos filmes Deus e o diabo na terra do sol, Terra em transe, A Idade da terra, e evidencia um largo paralelo entre a obsessão de Glauber pela tragédia nacional instaurada com o suicídio de Getúlio Vargas e a derrocada dos projetos enterrados com a deposição de Jango, com os caminhos trilhados pelo País, após a reabertura politica e a unificação de um apático senso comum, articulado pelo monopólio televisivo. Fiel ao pensamento de Glauber, este oportuno ensaio revela-se fundamental para a compreensão destes nossos tempos.
*Originalmente publicada na revista Cenário, edição 22 (2001).
Gilberto Felisberto Vasconcellos, intelectual da envergadura polêmica de Glauber, ressucita o espírito do cineasta em Glauber Pátria Rocha Livre e esmiuça a obra do autor em busca dos sintomas desta patologia que se abateu sobre o País, após duas décadas de aniquilação ideológica e o estabelecimento de uma democracia mediada pela especulação financeira e a manipulação audivisual das “transformações” políticas e sociais.
O ensaio analisa a obra completa do cineasta, com ênfase nos filmes Deus e o diabo na terra do sol, Terra em transe, A Idade da terra, e evidencia um largo paralelo entre a obsessão de Glauber pela tragédia nacional instaurada com o suicídio de Getúlio Vargas e a derrocada dos projetos enterrados com a deposição de Jango, com os caminhos trilhados pelo País, após a reabertura politica e a unificação de um apático senso comum, articulado pelo monopólio televisivo. Fiel ao pensamento de Glauber, este oportuno ensaio revela-se fundamental para a compreensão destes nossos tempos.
*Originalmente publicada na revista Cenário, edição 22 (2001).
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